OS RECURSOS DIDÁTICOS COMO PROPOSTA MEDIADORA DE ENSINO APRENDIZAGEM
PARA O ENSINO DA FILOSOFIA COM ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO NA ESCOLA ESTADUAL MARIA ARRUDA NO MUNICÍPIO DE
URUCURITUBA DO ANO DE 2015.
Altaci Leandro Castro 1
RESUMO
Este artigo apresenta os recursos didáticos como
proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da filosofia com alunos
do 2º ano do ensino médio na escola estadual Maria Arruda no ano 2015, no
município de Urucurituba-Am. como referencial teórico, alguns autores como
Favaretto (2011), Gallo (2008), Lorieri (2002), Pimenta e Lima (2011), Pimenta
e Anastasiou (2011) e Rodrigo (2007; 2009), entre outros; e, por outro, como
fonte de inspiração e desafio, o convívio com alunos do ensino médio. Os recursos
didáticos propostos se constituem na utilização de recurso não filosófico,
textos variados (didáticos, filosóficos e complementares, áudio visual e
outros.), atividades reflexivas e a prática do debate em sala de aula.
Ressaltamos, porém, que esses procedimentos são apenas sugestões que podem ser
utilizadas parcialmente ou integralmente, reelaboradas ou descartadas, pois
cada professor também deve se sentir sujeito histórico e ativo, no direito de
ousar e, assim, buscar também outros caminhos dentre os vários possíveis.
Contra as fórmulas mágicas, é preciso pensar o ensino e aprendizagem como
processo. Portanto, o professor deve buscar o seu próprio jeito de se fazer
docente em sala de aula, tendo consciência de que esse processo é histórico.
Palavras-chave: Recursos didáticos. Ensino de
filosofia. Formação de
professores.
ABSTRACT
This article presents the educational resources as a mediator proposal
of teaching and learning for the teaching of philosophy with the 2nd year high
school students in the state Maria Arruda school in 2015 in the city of
Urucurituba-Am. as a theoretical framework, some authors as Favaretto (2011),
Gallo (2008), Lorieri (2002), Pepper and Lima (2011), Pimenta and Anastasiou
(2011) and Rodrigo (2007; 2009), among others; and secondly, as a source of
inspiration and challenge, socializing with high school students. The proposed
teaching resources constitute the use of non-philosophical resource, various
texts (didactic, philosophical and complementary, audio visual and other.), Reflective
activities and the practice of classroom debate. We emphasize, however, that
these procedures are only suggestions that can be used partially or completely,
reworked or discarded because each teacher must also feel a historical subject
and active, the right to dare and thus also pursue other paths among the
various possible . Against magic formulas, we need to think about teaching and
learning as a process. Therefore, the teacher should get their own way of doing
teaching in class, knowing that this process is history.
Keywords: teaching resources. Teaching philosophy. Teacher training.
1.
Leandro Castro, Licenciando em Filosofia pela
Faculdade Teológica e Educacional Brasileira ( FATEBRAS).
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo, intitulado os
recursos didáticos como proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino
da filosofia com alunos do 2º ano no ensino médio na escola Estadual Maria
Arruda no município de Urucurituba. Sabemos que o ensino vem se modificando, e
hoje o educador precisa-se ficar atualizado neste mundo tecnológico onde os
educandos estão cada vez mais antenados em tudo que o cerca. Neste sentido este
trabalho é de suma importância para a classe acadêmica.
Pode-se então, relatar que os
recursos didáticos como proposta mediadora de ensino aprendizagem
compreendem uma diversidade de instrumentos e métodos pedagógicos que são
utilizados como suporte experimental no desenvolvimento das aulas e na
organização do processo de ensino e de aprendizagem. Eles servem como objetos
de motivação do interesse para aprender dos educandos.
Os recursos didáticos têm como função aumentar o
alcance das mensagens, ou seja, fazer com que o maior número de alunos possa
assimilar o conhecimento. Dessa forma, quanto maior a diversidade de recursos,
melhor é a aprendizagem, pois se os estudantes não conseguem entender com um
método, o uso de um segundo método pode melhorar o entendimento e fixar a
mensagem para quem já compreendeu. No mundo globalizado, já não é possível se
caminhar sem o uso das novas tecnologias de informação e comunicação, a
comunidade escolar já percebe a importância das tecnologias como ferramenta
didático-pedagógica na educação, e como instrumento de mudanças no processo de
ensino e aprendizagem.
O ensino da filosofia a
filosofia passou a ser disciplina obrigatória no currículo do ensino médio
desde 2008, com a Lei nº 11.684, de 02/06/2008. Embora essa disciplina já tenha
feito parte do currículo na educação brasileira, desde o século XIX, nos cursos
de Direito, por exemplo, ela não tem uma sistematicidade na história da
educação e do currículo, ou seja, pouco se tem organizado sobre essa disciplina
em relação aos métodos, conteúdos e até mesmo experiências em sala de aula.
Apesar disso,
com a aprovação da referida lei, faz-se necessário pensar numa didática
específica para o ensino de filosofia nesse nível de ensino. Como afirma
Rodrigo (2009; 2007), já se tem uma considerável lista de produções sobre a
importância do ensino de filosofia no ensino médio e sobre a sua relevância para
a formação dos jovens e da cidadania. No
entanto, há uma carência de material sobre procedimentos metodológicos
adequados para o ensino de filosofia dos jovens alunos do ensino médio.
Como afirma
Paulo Freire (1996, p. 23): “[...] Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender [...]”. É dessa forma que consideramos que se pode
realizar o compromisso político, didático e filosófico da docência em filosofia
(CERLETTI, 2004).
Nesse
contexto, o planejamento de qualquer aula se torna em um momento de pensar,
refletir e decidir o que e como fazer, a
priori, em uma determinada aula, sem se ter garantias, no entanto, sobre o
sucesso da mesma. É o momento, também, de imaginar como será a aula e a reação
dos alunos, suas possíveis perguntas e questionamentos, seus gestos e reações
sobre o conteúdo e o material estudado.
A referente pesquisa propõe-se
analisar como os recursos didáticos são de suma importância no processo de
ensino aprendizagem dos alunos na sala de aula, pois são ele mediadores que
influencias o intimo do aluno, ou seja, a parti lúdica do educando, e assim
estimula a aprendizagem dos mesmos, vale ressaltar que não existir uma formular
pronta e acabada, mas sim estratégias diferenciadas do professor onde busque a
melhoria do ensino.
Assim detectou-se que os
professores da referida escola não utilizam recursos didáticos diferenciado na
sala de aula. Nesse sentido busca-se refletir e propor formas para
melhorar o processo de ensino-aprendizagem, principalmente na disciplina
filosofia. Segundo, que sem o convívio com os alunos desses níveis de ensino,
provavelmente não teríamos nos sentido desafiadas a propor uma forma (das
várias possíveis) de como se deve ensinar filosofia. Mediante indagamos as
seguintes perguntas: Quais são os recursos didáticos que servem para o processo
de ensino aprendizagem? Em que consiste os recursos didaticos para a melhoria
do educando no ensino da filosofia. Qual proposta mediadora de ensino
aprendizagem para o ensino da filosofia?
Provavelmente,
os recursos didáticos como
proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da filosofia
facilitarão a melhoria de aprendizagem dos alunos.
Talvez, os recursos didáticos
como proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da filosofia não
facilitarão a melhoria de aprendizagem dos alunos.
Objetivo geral é analisar os
recursos didáticos como proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino
da filosofia com alunos do 2º ano do ensino médio na escola Estadual Maria
Arruda, no município de Urucurituba.
Objetivos específicos
Descrever os recursos didáticos
na sala de aula e sua utilização para o ensino da filosofia.
Demonstrar os recursos didáticos
como proposta mediadora de ensino aprendizagem.
Valorizar o ensino da filosofia
na sala de aula.
O artigo outorga-se com os
seguintes tópicos norteadores que ajudarão entender a pesquisa, compõe de:
introdução, material e métodos, resultados e discussão, considerações finais e
referencias.
2 OS RECURSOS DIDÁTICOS COMO PROPOSTA MEDIADORA DE ENSINO APRENDIZAGEM
PARA O ENSINO DA FILOSOFIA.
Sabemos que cabe ao professor
selecionar os recursos a serem utilizados em sua aula. Karling chama os
recursos didáticos de recursos de ensino. O mesmo diz que o professor ao selecionar
estes recursos deverá seguir alguns
passos, a saber:
I. Este deve analisar se tais recursos
são adequados ou não aos objetos
que pretende alcançar
e se realmente
trazem benefícios; II. Depois deverá verificar se conhece e sabe usar o
recurso; III. Tendo verificado, o professor deverá testar para ver se estão em
condições de funcionamento; IV. Certificar de que nada falta para seu uso; V.
Por fim, planejar devidamente todas as etapas do seu uso para evitar surpresas,
imprevistos e eventuais falhas. (KARLING 1991, p. 244-254)
Há um hábito em nossa área de
atuação que leva alguns profissionais a suporem que uma boa aula de filosofia é
necessariamente expositiva. Crêem que o discurso bem elaborado pelo professor,
ao modo dos retóricos, é o único caminho para a compreensão dos conceitos e
suas dinâmicas.
De
fato, uma boa aula expositiva encanta o ouvinte e o leva à compreensão da
mensagem do professor ou palestrante. Contudo, em se tratando de alunos da
Educação Básica, não se pode esperar a mesma pré-disposição que encontramos nos
alunos de nível superior. Assim, é preciso, por vezes, mudar a “linguagem” com
a qual comunicamos as idéias que levam à compreensão do conceito. Não se trata
de abandonar as aulas expositivas, mas de inserir novas formas de instrução que
tornam a aula mais atraente não somente para os alunos, mas também para o
professor.
Não
há nenhum mistério referente ao uso de recursos didáticos para o ensino de
filosofia, afinal de contas, trata-se mais de uma questão de estudar a
ferramenta do que saber aonde vamos aplicá-la. Tocar nesse assunto torna-se
vital, porque o ensino de filosofia vem sendo significativamente prejudicado
pelas constantes alterações nas leis que ora possibilitam o exercício constante
dos professores de filosofia, ora os obriga a lecionarem outras disciplinas
para completarem sua jornada de trabalho.
Por
conta disso, as outras disciplinas que mantém uma constante presença nos
currículos da Educação Básica oferecem uma grande quantidade de material de
apoio para os professores. Assim, de certa forma, repassaremos conhecimentos
comuns para nossos colegas, mas infelizmente, ainda desconhecidos pela maior
parte dos professores de filosofia da Educação Básica e superior.
2.1 Recursos Audiovisuais
a) O uso do vídeo ou DVD na sala
de aula;
A
utilização de filmes ou documentários em sala de aula contribui, sob diversos aspectos,
para o desenvolvimento dos conteúdos de aprendizagem. Deve-se observar,
contudo, a necessidade de se fazer um uso criterioso desse material. É possível
fazer exposições dirigidas e não dirigidas, ou seja, o mesmo princípio exposto
acima: uso criterioso. Assim, elencamos algumas idéias para dirigir a
utilização desse tipo de material de apoio:
- Registrar com o máximo de clareza possível os dados do material: diretor, roteirista, elenco, empresa que produziu, quando foi produzido, público alvo etc.
- Apresentar uma síntese do material a ser exposto de tal forma que o aluno possa assistir a exposição sabendo a qual assunto se refere e qual problema quer identificar;
- Em caso de documentários didáticos pode-se utilizar o material todo, porque em geral, são de curta duração, o que está de acordo com o tempo de duração das aulas e, com a quantidade de informações a serem expostas;
- Em caso de filmes, cujo objetivo não é didático, é preciso apresentar “um trecho” do filme que ajude a problematizar o tema que vinha sendo discutido em aula;
- Isto é importante! A exposição de um filme inteiro, especialmente na Educação Básica, é contraproducente, pois o filme pode ter uma problemática central, mas as tramas paralelas dispersam a atenção sob o foco que vinha sendo estudado. Não são poucos os relatos de professores que ocupam semanas de aula passando filmes longos como “Freud Além da Alma”, as três partes de “Matrix” e outros exemplos.
b) O uso de músicas;
A
utilização de músicas em sala de aula é um recurso bastante comum, porém,
muitas vezes, mal utilizado o que leva a um baixo aproveitamento cultural e
epistemológico dos conteúdos ministrados. Por isso, insistimos na necessidade
de o professor utilizar determinadas técnicas de aulas que utilizem músicas
como recurso didático. Assim, sugerimos:
- Começar sempre pelo registro técnico: quem são os autores e intérpretes, qual gravadora produziu, em que cidade, país, ano; qual é o público alvo da banda, orquestra ou cantor.
- A música popular deve ser apresentada não somente como letra de música, mas também como melodia e harmonia, pois esses elementos permitem compreender melhor a “mensagem” que a banda quer passar. Além disso, os encartes e a capa, em geral, também fazem parte da apresentação da banda, por isso, um bom estudo desse material ajuda na compreensão da mensagem;
- Quando se trata de música erudita, é importante ressaltar a época em que foi escrita, se o compositor estava ligado a algum movimento musical, qual é a orquestra que a executa e, a partir daí, discutir as possíveis “mensagens” que possam estar relacionadas com a problemática filosófica levantada em sala de aula.
c)
Fotografias, telas de pintura, esculturas etc.
Este tipo de recurso é muito escasso nas
escolas, mas por vezes, é possível conseguir determinadas imagens que podem ser
apreciadas por todos os alunos, como slides ou mesmo em documentários. Quando
não for possível expor o conteúdo em slide, retroprojetor, data-show, o
professor pode fazer algumas cópias, dividir os alunos em grupos para que todos
tenham contato com o material a ser utilizado na aula.
2.2 Recursos Gráficos
a) O uso de jornais e revistas;
Jornais
e revistas podem trazer diferentes tipos de material, desde reportagens de
interesse imediato do aluno como assuntos políticos, comportamento, profissão
até mesmo materiais de divulgação científica, nos quais os autores são
especialistas nas áreas e comentam algum assunto de maneira clara e abrangente.
Tal
como na exposição de um DVD, jornais e revistas devem ser apresentados
cuidadosamente, definindo a casa editorial, a cidade, o ano da publicação, o
público para o qual é voltado; o mesmo deve se dar em relação à apresentação do
autor da reportagem ou artigo, ou seja, se é jornalista, se é cientista,
filósofo, artista. Se o professor possuir mais informações sobre o autor do
texto isso pode ser de grande valia para facilitar o trabalho de interpretação
dos alunos.
Algumas
orientações fundamentais para a utilização desse tipo de material podem ser:
- Utilizar textos pequenos ou, caso seja grande, retirar o conteúdo que se refere diretamente à problemática que deu origem à pesquisa;
- Em geral, uma lauda é o limite máximo para uma aula de 50 minutos, pois é preciso considerar que mesmo os alunos do terceiro ano do Ensino Médio ainda não são leitores experientes e, além disso, a leitura do artigo ou da reportagem deve ser feita tendo em vista o problema levantado em sala de aula, então não se trata simplesmente de compreender o que o autor diz, mas relacionar o conteúdo do texto ao da aula. Assim, é comum realizar uma leitura do texto primeiro e numa próxima aula fazer sua relação entre os conteúdos de aula.
b) O uso de leituras paralelas;
Novamente,
é preciso apresentar cuidadosamente quem é o autor da obra, seja prosa ou
poesia, em que época viveu, quais eram seus ideais e como eles se refletem
nesse momento. No mais:
- Utilização de trechos pequenos ou que possam ser acompanhados dentro do estágio de desenvolvimento dos alunos e na condição temporal da aula;
- Trechos que estejam claramente ligados à problemática filosófica da aula que motivou sua seleção.
c) O uso de dinâmicas de leitura;
Há
publicações sobre dinâmicas de leitura em sala de aula. Tais dinâmicas são
interessantes para alunos da Educação Básica, por que os leva a – alguns casos
pela primeira vez – sensação de compreender o texto lido. Além disso, a
dinâmica de aula é fundamental nessa fase de formação, assim, o professor pode
ministrar aulas sob diversas formas de tal modo que leve os alunos a terem cada
vez mais interesse e atenção à filosofia. Para tanto, é preciso romper com a
visão de que a filosofia é por excelência uma disciplina na qual as aulas devem
ser expositivas. Nem sempre a disposição linear de carteiras é a melhor forma
de abordar um tema ou uma idéia a qual o professor precise trabalhar; romper –
ao menos de vez em quando – com a arquitetura linear da sala de aula pode
facilitar o trabalho de ensino e compreensão dos conceitos.
A
esse respeito Rangel afirma: “As Dinâmicas de leitura, são utilizadas para
auxiliar e para fixar a aprendizagem, para introduzir elementos que estimulem o
trabalho de ler e aprender, para incentivar habilidades necessárias ao estudo
(observação, organização e expressão de idéias etc.), para diversificar
atividades em todos os graus de ensino e em qualquer
Disciplina.” (RANGEL, 1998, 13).
2.3 A Preparação Da Aula
Não existe
uma fórmula que seja considerada ideal para a preparação das aulas, existem,
sim, formulários que devem ser preenchidos para o registro do trabalho do
professor. Nosso assunto, porém, não é o dos formulários, mas um comentário
sobre a preparação das aulas.
As duas
situações elementares são: ou os alunos possuem livros didáticos ou não os
possuem. Dessa forma, a preparação das aulas deve contar com uma das duas
situações para que ela possa transcorrer com tranqüilidade.
Quando os
alunos possuem livro didático as aulas devem levar em conta que, de certa
forma, há um roteiro a ser seguido. Nesse caso, o professor tem menos liberdade
de elaborar seu próprio curso, mas o ganho dessa situação é que os alunos
possuem textos para estudarem em situações extra-classe. Além disso, o
professor não somente pode, como não deve se prender estritamente ao material
didático, pois é necessário, na maioria das vezes, criar recursos didáticos
para que os conteúdos sejam melhor apreendidos pelos alunos.
Quando os
alunos não possuem livros didáticos, o professor enfrenta uma dificuldade
material imensa, pois é preciso providenciar material para a leitura comum de
todos. Muitas vezes, utiliza-se um recurso simples: o professor tira algumas
cópias de um texto e as empresta para os alunos fazerem suas leituras em sala
de aula, finda a aula, devolvem o material ao professor que pode utilizá-lo em
outras salas. Com paciência e algum investimento pessoal, o professor vai aos
poucos preparando seu próprio material didático, mas é preciso considerar que,
na rede pública de ensino, um grande número de alunos não consegue recurso para
utilizar esse material do professor.
3 A FUNÇÃO DOS
RECURSOS DIDÁTICOS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA.
O ensino aprendizagem no contexto
escolar exige cada vez mais do educador/mediador que o tema/projeto a ser
desenvolvido em sala de aula seja trabalhado de forma eficiente, prazerosa, instigadora
e assim o professor tem que
estimular, suscitar nos alunos a
curiosidade, o desejo de descobrir seu próprio mundo, de esclarecer suas
dúvidas e incertezas. Isso exige do professor dedicação, compromisso, técnica,
conhecimento científico, e manuseio das tecnologias.
O professor/mediador
tem a função de planejar, avaliar, e replanejar a sua prática docente em prol
de uma aprendizagem significativa para os alunos. Neste contexto é necessário
que se pense nos recursos didáticos e suas funções na prática pedagógica.
Recursos didáticos são todos os
instrumentos utilizados em uma aula, evento didático, ou qualquer uma situação
de aprendizagem a fim de favorecer aos participantes a ampliação de seus
horizontes, isto é de seus conhecimentos. Eles tornam a aprendizagem viável,
significativa, acessível e evitam que as aulas tornem-se monótonas, rotineiras,
ou que caiam na mesmice do dia-a-dia. Eles contribuem para mediar as relações
efetivas que ocorrem dentro do ato de
ensinar e aprender.
Partindo de tudo que já foi
explicitado sobre o tema deste trabalho e com a certeza de que estamos de fato
na era da informação que dinamiza a sociedade em uma velocidade muito grande e
essa dinamicidade social leva a escola a passar por profundas transformações e
por consequência sair do tradicionalismo teoria em que os recursos didáticos
são: o quadro de giz e acessórios, livro didático e paradidático, gravura,
cartaz de prega, flanelógrafo, foto, dicionário, caderno, lápis, caneta,
sucata, e alguns componentes da natureza bem como o discurso do professor,
sabe-se que agora com todo o avanço decorrente da globalização faz-se
necessário que a escola repense seu papel, suas funções, sua postura, sua
filosofia, sua teoria pedagógica e por consequência traga para sua prática
novos instrumentos didáticos.
Aos já existentes do
tradicionalismo agregam-se os novos recursos pedagógicos frutos do avanço
científico e tecnológico como: o rádio, a televisão, o DVD, o celular, o
computador, a informática, a internet, a impressora, o data show, a filmadora
digital, softwares educativos e toda uma gama de ferramentas e dispositivos que
surgem todos os dias e que podem e devem contribuir para que a educação melhore
mais rapidamente.
Neste novo cenário social que a
escola está inserida as tecnologias da informação e da comunicação estão cada
vez mais presentes nas casas, nos locais de trabalho e na escola o computador a
informática e a internet passaram a ser o carro chefe dos recursos didáticos,
estes agregam mais valor ao trabalho do professor, pois são instrumentos ricos
em dispositivos e ferramentas capazes de oferecer uma gama de informações que
possibilitam a interação dos alunos com os fatos pretéritos e os recentes e até
em tempo real. Por isso agora a escola tem que mudar o discurso, a filosofia. O
professor é o mediador que estimula os alunos a navegarem pelas informações,
fazer suas descobertas, construir sua aprendizagem em um processo de
atualização, renovação e adaptação às novas tecnologias virtuais, e digitais.
Contemporaneamente, os recursos didáticos têm a função de
mediar o processo ensino aprendizagem contribuindo para os que deles usufruem compreendam as atividades
propostas em sala de aula, o seu desenvolvimento e seu resultado, eles
possibilitam melhorar a cognição, a rede
de relações humanas, a postura positiva, a organização das idéias de forma
madura, crítica, criativa, com autonomia e autenticidade e assim sendo também
melhorar a capacidade de expressão e de colaboração dos indivíduos, educandos
pertencentes a esta sociedade e esta escola que desponta neste novo cenário da
informação e da comunicação.
Os Recursos didáticos são de
importância capital para uma aprendizagem significativa, desde que seja
utilizado como meio e não como fim em si mesmo, por profissionais capacitados
que conheçam de fato suas potencialidades educativas. Desde o livro a TV e o
computador, podem possibilitar ao educando um estudo da realidade local,
ampliação da capacidade de observação do mundo que o rodeia e a construção da
autonomia. Assim o estudante terá mais facilidade de compreender o conteúdo se
começar a abordá-lo, segundo sua realidade, seu desenvolvimento real e as
relações com as situações regionais, nacionais e mundiais, percebendo criticamente
o mundo, construindo uma aprendizagem autônoma e significativa. (WANAKAL,
2010).
4 OS RECURSOS
DIDÁTICOS E A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DOCENTE
O homem desde seus primórdios us
ou objetos que facilitavam suas atividades diárias. Inicialmente, os materiais eram utilizados
tal qual era encontrados na natureza e,
posteriormente, foram tornando-se mais sofisticados. Assim, os primeiros
grupos humanos preocuparam-se com a transmissão do conhecimento adquirido
socialmente aos mais jovens, objetivando garantir-lhes a sobrevivência e a defesa
da comunidade.
Esse processo de
transmissão de cunho
oral, que ocorria por
meio de dramatizações
e diversos outros artifícios narrativos, tinha como único recurso de
aprendizagem a memorização dos alunos.
Essas dramatizações empregavam um
aspecto importante para proporcionar prazer aos aprendizes, a ludicidade. O prazer
possibilitava aprender mais e melhor.
Algo semelhante ocorria com os
brinquedos usados pelas crianças, antes
do surgimento das escolas,
que tinham uma função
educativa, preparando-as para suas tarefas futuras. Segundo Olga
Freitas essa capacidade de busca e construir estratégias e ferramentas que
facilitam o cotidiano são uma característica humana.
Assim, a autora apresenta o seguinte
conceito de materiais didáticos: Também
conhecidos como ―recursos‖
ou ―tecnologias educacionais,
os materiais e equipamentos
didáticos são todo
e qualquer recurso
utilizado em um procedimento
de ensino, visando à
estimulação do aluno
e à sua aproximação do conteúdo. (FREITAS, 2007,
p. 21).
Os recursos didáticos, segundo a
Classificação Brasileira dos Recursos
Audiovisuais, são classificados em
visuais (álbum seriado, cartazes,
exposição, fotografias,
flanelógrafo, gráficos, gravuras,
mapas, modelos, mural,
museus, objetos, quadro de giz, quadros, transparências), auditivos
(aparelho de som, discos, fitas
cassete, CDs, rádio, CD Rom) ou
audiovisuais (filmes, diapositivos
e dia filmes com som,
cinema sonoro, televisão,
videocassete, programas para
computadores com som, aparelho
de DVD, computador). É claro
que constantemente outros materiais didáticos são criados, seja
por uma necessidade educacional
ou por imposição político-administrativa, somando-se aos
demais já existentes
(FREITAS, 2007).
5 CONTEÚDOS, METODOLOGIA, RECURSOS DIDÁTICOS E FORMA DE AVALIAÇÃO.
Sabemos que o ideal é o trabalho
a partir de temas filosóficos, buscando a utilização de recursos não
filosóficos, ou seja, de “recursos didáticos” (RODRIGO, 2009, p. 99), como
músicas, filmes, vídeos, poesias, imagens e etc.. Os recursos não filosóficos
visam aproximar o aluno do tema filosófico, de forma atrativa e significativa.
Este recurso visa também introduzir o texto didático e o texto filosófico nas
aulas de filosofia no ensino médio.
Quanto a importância do texto filosófico para o ensino de
filosofia Martini (2001) defende que:
[...]
o uso do texto filosófico torna-se cada vez mais imprescindível, porque permite
efetivamente ao estudante dialogar com o próprio filósofo, conhecer-lhe o
pensamento diretamente dos seus escritos – dentro de certos limites -,
experimentar sem filtros seu estilo expositivo, seu rigor argumentativo, sua
paixão pela pesquisa e, em certos casos, até suas debilidades e fracassos.
Desse modo, é possível que os alunos mantenham com os autores uma aproximação
mais consciente, mais crítica e talvez mais emocionante do que a mera
frequentação do manual-sumário. (MARTINI, 2001 apud RODRIGO, 2009, p. 91).
Como vimos, há uma necessidade de se trabalhar os textos
originais dos filósofos em sala de aula. Estes devem ser pesquisados pelo
professor que fará os recortes mais importantes dos textos para que possa ser
trabalhados em sala de aula, possibilitando um contato entre os estudantes e os
escritos dos filósofos.
Como a professora é licenciada em filosofia, o trabalho com
os textos torna-se mais fácil, visto que a mesma tem a formação e as técnicas
para a leitura desses textos.
Neste sentido, segundo Lorieri
(2002, p. 74), “Não há trabalho filosófico sem conteúdos específicos da
Filosofia e sem uma metodologia que seja filosófica. As temáticas filosóficas
garantem, junto com a metodologia, a especificidade da abordagem filosófica”.
Portanto, para o bom
desenvolvimento do ensino de filosofia no ensino médio, é importante o trabalho
com as temáticas filosóficas, textos originais dos filósofos e com metodologias
filosóficas. Neste caso, a professora está seguindo as orientações corretas,
pois ela confirmou que trabalha com trechos filosóficos, utiliza alguns
“recursos não filosóficos” e trabalha com temáticas.
Outro fato importante que se faz
necessário destacar é a importância de trabalhar a filosofia de forma
contextualizada, aproximando e aproveitando a realidade dos estudantes como
ponto inicial da aula. Segundo Lorieri (2002, p. 71): [...] o ensino de
filosofia deve ser trabalhado com contextos bem planejados, buscando partir
sempre do cotidiano dos alunos, abrindo espaços para que os alunos exponham
suas reflexões e opiniões sobre os temas estudados, levando assim os estudantes
a iniciarem a reflexão filosófica.
Até o momento da pesquisa, os
alunos do ensino médio não tinham acesso aos livros de filosofia que seriam
distribuídos pelo Ministério da Educação. Porém, durante o processo de escolha
do livro didático a mesma optou pelo livro “Convite à Filosofia” de Marilena
Chauí, que está entre os três livros didáticos aprovados pelo Programa Nacional
do Livro Didático (PNLD). Este livro serve como referencial teórico para
elaboração das aulas da professora entrevistada.
Sabemos que os livros de
filosofia para o ensino médio já estão presentes na maioria das escolas do
país, pois segundo a reportagem feita por Amanda Cieglinski (2011).
A filosofia vai voltar, na prática, para o conteúdo
curricular dos alunos do ensino médio, depois de 47 anos fora dos currículos
das escolas de educação básica no país. No ano que vem, as escolas da rede
pública receberão pela primeira vez, desde a ditadura, livros didáticos da
disciplina para orientar o trabalho dos professores. Foi o regime militar que
baniu a filosofia das escolas.
Em relação à avaliação, um tema
que é bastante debatido na atualidade sobre a educação é a maneira adequada de
avaliar a aprendizagem dos alunos. Neste sentido, pode-se afirma que não ver nas provas a única maneira
de avaliação; ela ainda acredita que toda avaliação deve ser feita de forma
cumulativa e contínua.
Segundo seu conceito de
avaliação, o ensino de filosofia não pode ser avaliado da mesma forma que nas
demais disciplinas, pois segundo suas próprias palavras: “a filosofia ajuda a
construir o pensamento crítico e alguns professores usam métodos tradicionais e
que impedem que os alunos exponham suas ideias”. Sendo assim, de acordo com a
professora, a avaliação deve levar em conta a opinião dos alunos, coisa que nas
demais disciplinas isso não ocorre porque os professores usam maneiras
tradicionais de avaliar, fato que impossibilita a exposição das ideias dos
estudantes.
Avaliar é uma das tarefas mais
difíceis da educação, principalmente no que diz respeito à avaliação em
filosofia. Apesar de existirem muitos estudos sobre essa temática, atualmente
buscamos a melhor maneira de avaliar e não encontramos. É evidente que ainda
existe a concepção de avaliação tradicional usada pela maioria dos (as)
professores (as) que, segundo Rodrigo (2009, p. 94) é um tipo de “instrumento
fiscalizador da aprendizagem” que é usada como “procedimentos autoritários e
muitas vezes arbitrários”. Só que este tipo de avaliação não é adequado para o
momento ao qual estamos vivendo. Outra forma de avaliação presente nas
concepções pedagógicas menos tradicionais é a avaliação vista segundo a autora
“como um meio educativo” e esse “meio educativo” é resultado das “propostas
inovadoras” e das diferentes maneiras de avaliar.
6 RECURSOS
DIDÁTICOS E COMO APRENDER FILOSOFIA NO CONTEXTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Ao sermos inevitavelmente
obrigados a relacionar a escola com tecnologias, pois o mundo globalizado em
que vivemos nos exige e envolve gestores, professores, aluno e sociedade, nos
questionamos acerca dos novos conceitos e noções sobre educação, da relação
professor-aluno, aluno-escola, escola-comunidade, sobre como trabalhar com os
conteúdos filosóficos e qual metodologia seria mais adequada ao atual contexto.
Obviamente, ao refletirmos sobre
tecnologias e educação, é necessário que analisemos a situação nas quais as
instituições de ensino possuem de acesso às ferramentas de comunicação e
interação, não bastando apenas
discutir sobre a aquisição dos recursos tecnológicos, mas também sobre como
esses recursos vem sendo recebidos pelos profissionais da educação
e pelos alunos. Em nosso país, muitas escolas já
possuem computadores e equipamentos de multimídia, tais como datas-show e
telas, televisores, câmeras filmadoras e fotográficas e aparelhos de som. Mas,
infelizmente, não são poucas as instituições de ensino que não tiveram ainda o
acesso a esses aparatos tecnológicos, sinalizando ainda a precariedade e
descaso político com a educação. Não
obstante, as ferramentas tecnológicas em instituições de ensino se fazem cada
vez mais essenciais para a formação dos cidadãos, uma vez que a
sociedade como um
todo, tem se tornado
cada vez mais
dependente da tecnologia em todos
os seus setores.
Existe uma grande expectativa de
que as TIC (Tecnologias da Informação e da Comunicação) tragam soluções rápidas
para o desenvolvimento e qualidade do processo de ensino-aprendizagem não
apenas da disciplina de filosofia, mas de todas as outras disciplinas em geral.
Certamente esses recursos podem resultar em novos e interessantes projetos
diferenciados das propostas pedagógicas já existentes. Não obstante, se
aprender dependesse só das ferramentas tecnológicos já teríamos
encontrado novas soluções
há muito tempo (Torres e Cavalcanti, 2011).
Partindo do pensamento de Aspis
(2004), percebemos que a aprendizagem de filosofia se constrói na relação
didática. “As aulas de filosofia são um lugar de estudo e produção filosóficos”
(p.315). Hoje, mais do que nunca, essa relação didática acaba por ultrapassar
as paredes das salas de aula, pois, por meio das tecnologias é possível que se
aprenda a produzir filosofia nos diferentes meios e com as mais variadas
ferramentas tecnológicas, cabendo assim, ao professor, conduzir o aprendizado do
aluno de uma maneira diferenciada, provocando
reflexões individuais ou
em grupos, a
fim de desenvolver
em seus alunos
uma postura filosófica, que manifeste interesse pela realidade como um
todo de forma mais crítica e que também consiga falar, escrever e se posicionar
frente ao mundo. Conforme Pimental & Monteiro (2010, p.10) “A educação
filosófica é vista como uma possibilidade de experiência formativa, por onde o
educando engendra-se com o mundo.” Não obstante, em se tratando de um mundo
pós-moderno e tecnológico em que vivemos, o objetivo da filosofia não é o de
aprimorar mais o comportamento técnico somente voltado para o uso dessas novas ferramentas
e mídias, mas sim o de desenvolver o amadurecimento da capacidade reflexiva e
crítica do aluno.
Conforme Benetti que
afirma que:
[...] o ato de pensar inclui em seu
bojo algo que vai além das
formas metódicas de direciona o pensamento, ou seja, traz no
seu contexto a construção/desconstrução/experimentação da vida. E potencializar
a experimentação da vida e dos
afetos advindos da
relação com conceitos
filosóficos que se
produzem em relação com a arte,
literatura, política, entre outros. (2005, p.306):
Com isso, torna-se possível uma
experimentação maior da vida a partir do uso dos aparatos tecnológicos que
estão ao alcance da escola, e, por meio de propostas que envolvam práticas educacionais
criativas, com uma maior ênfase em valores como o conhecimento crítico, autonomia
do pensamento, a tecnologia pode ser um elemento favorável à aprendizagem de
filosofia.
7 MATERIAL E
MÉTODOS
Neste
estudo que tem cunho quantitativo e qualitativo, dando à metodologia um caráter
misto. Nosso campo de investigação foi a Escola Estadual Maria Arruda com
alunos do 2º ano do ensino médio no município de Urucurituba. Zona urbana.
Tem-se como linha de pesquisa educação cultura, sociedade.
Na concepção de Chizzotti que afirma:
A
pesquisa quantitativa não deve ser oposta a pesquisa qualitativa, mas ambas
devem sinergicamente convergir na complementariedade mútua, sem confirmar os
processos e questões metodológicas a limites que atribuam os métodos
quantitativos exclusivamente ao positivismo, ou os métodos qualitativos ao
pensamento interpretativo (fenomenologia, dialética,etc.). (1991:34)
Sendo assim, empregaram-se o questionário (dirigido
aos alunos) e a entrevista (dirigida aos professores) como instrumentos de
coleta de dados. Considerou-se necessário o uso das duas metodologias, na
medida em que ambas se complementam.
O aspecto quantitativo se fez presente através da
aplicação de um questionário dirigido aos alunos, procurando fundamentalmente
conhecer as opiniões e o perfil do grupo pesquisado. O mesmo foi elaborado
contendo questões sem visar a opções bidimensionais. As questões do
questionário foram elaboradas/agrupadas em torno das seguintes temáticas:
Quais são os
recursos didáticos que são utilizados para o processo de ensino aprendizagem?
Em que consiste os recursos didaticos para a melhoria do educando no ensino da
filosofia? Qual proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da
filosofia?
Para levar-se a efeito o
aspecto qualitativo, optou-se pela entrevista semi-estruturada, com um roteiro
a ser seguido, permitindo, porém, uma abordagem flexível por parte dos
entrevistados, por parecer mais adequada, possibilitando a eles expressarem as
suas opiniões com maior liberdade e comentar aspectos, que, a princípio
poderiam não parecer relevantes, mas que são úteis para conhecer as suas
características e as suas concepções, bem como o referencial teórico e
vivencial que cada um possui. O presente artigo optou-se com a linha de
pesquisa educação cultura
e sociedade, pois aborda um conjunto de procedimentos temas que envolvem
aspecto geral da educação.
A entrevista foi
elaborada com questões descritivas (idade, sexo, formação acadêmica...) e
questões qualitativas (atitudes, juízos, crenças...). O roteiro seguido na
elaboração das questões foi o mesmo adotado na elaboração do questionário
dirigido aos alunos, isto é, seguiu-se as mesmas categorias de análise. Isso
possibilitou que professores e alunos opinassem sobre as mesmas questões,
tornando possível traçar um perfil da realidade estudada sob o ponto de vista
dos alunos e dos professores e as convergências e divergências entre os pontos
de vista de ambos. Mediante a pesquisa obteve-se uma amostra de 15
entrevistados entre alunos e professores. As observações e experiências foram
discutidas onde todos os dados foram levados em consideração e contribuíram
para a elaboração dos resultados e das discussões.
8 RESULTADOS E
DISCUSSÃO
Depois de aplicados os
questionários sobre as questões para os entrevistados todos responderam as
mesmas perguntas. Tornando possível traçar um perfil da realidade
estudada sob o ponto de vista dos alunos e dos professores e as convergências e
divergências entre os pontos de vista de ambos.
Detectou-se que na sala de aula
que o professor não usa os recursos didaticos apropriados, ou seja, aqueles que
estimulem os alunos a se interessar pela disciplina. E decorrer da analise dos
questionários e as entrevistas com os alunos e professores onde perguntamos a
questões da problemática. Que foram: Quais são os recursos didáticos que
são utilizados para o processo de ensino aprendizagem? Em que consiste os
recursos didaticos para a melhoria do educando no ensino da filosofia? Qual
proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da filosofia?
Os professores responderam a
seguinte pergunta: Quais são os recursos didáticos que são
utilizados para o processo de ensino aprendizagem?
- Recursos
audiovisuais como: data show, CDplayer, computadores, chamados recursos não filosóficos.
- Recursos
didaticos como: textos, livros, jornais e manuais. Chamados filosófico.
- A escola oferece, mas não utilizamos!
– preferimos repassar conteúdos tradicionais.
Alunos
responderam:
- Os professores não utilizam recursos didáticos para nos
estimular a disciplina de filosofia.
Outra questão norteadora que
perguntou-se foi: Em que consiste
os recursos didaticos para a melhoria do educando no ensino da filosofia?
Os professores responderam: - os
recursos didáticos consistem na melhoria do ensino dos alunos.
Alunos:
- Era bom né! Esses recursos se
fossem aplicados na sala de aula, melhoraria muito o nosso ensino. – Os
professores não querem ter trabalho. Eles preferem pegar um texto qualquer e
repassar para os alunos.
A última
pergunta: Qual é a proposta mediadora de ensino aprendizagem para o ensino da
filosofia?
Professores:
- A proposta mediadora é
trabalhar o aprendizado dos alunos a ver a filosofia com disciplina indagadora
de opinião, ou seja, critico.
Com relação ao recurso didático,
o professor se restringia simplesmente a utilizar o quadro e o pincel ou giz
assiduamente. A rotina em todas as turmas resumia-se a entrar calado na sala e
ir direto para o quadro copiar rapidamente o assunto para ter tempo de
explicá-lo com meia hora de aula logo após. A chamada era feita por lista de
freqüência e mesmo assim o tempo final para explicação do assunto girava, em
média, em torno de vinte minutos, o que radicalmente passava a impressão de que
as aulas de filosofia eram enfadonhas e descartáveis, sem tanta importância
quanto às outras. Além do que, praticamente
não havia leitura de texto de espécie alguma, com exceção dos resumos escritos
no quadro.
Há
exceções, mas a grande parte dos alunos apresentam dificuldades na compreensão
dos conteúdos trabalhados na disciplina Filosofia: não a entendem, não compreendem sua função social e
não manifestam muito interesse pelos conteúdos trabalhados, assim como fazem
com outras matérias. Isso pôde ser constatado pelo comportamento em sala dos
alunos em relação à matéria. Foi notado que, várias vezes, os alunos preferiam
dedicar-se a atividades de matérias consideradas mais difíceis, abrindo os
cadernos destas matérias alheias a disciplina filosofia no momento da aula ou
se entregavam a qualquer outro tipo de distração. Sem contar que deste comportamento e de suas
expressões faciais em sala, fica bem declarado em seus rostos e ações certa
perplexidade, mesmo nos alunos mais dedicados, daí a procedência das afirmações
acima. Aparentemente, não é uma situação tão óbvia, mas à medida que se
estenderam os dias de contato, a rotina, isso foi sendo notado na nossa
pesquisa.
O
comportamento em sala de aula é trivial, agem comumente como é esperado em
qualquer escola pública com turmas de adolescentes. Não foram notados problemas
realmente sérios de disciplina. Os alunos esperam o professor na sala, não fazem
tanto tumulto na entrada ou na saída.
Não
obstante todas estas barreiras desfavoráveis ao ensino, as turmas tinham uma
relação amistosa com o professor que conseguia amenizar com desenvoltura e
simpatia as dificuldades para ministrar as aulas. Surpreendentemente, é interessante
notar que as consequências desta boa relação entre aluno e professor são mais
frutíferas do que se imagina, pois é através dela que muitos alunos nem se quer
notam as dificuldades ou, se notam, não parecem tão incomodados, e conseguiam
até despertar a curiosidade para outros temas.
9 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Em suma, consideramos que os
desafios nas práticas educacionais no que tange a disciplina de filosofia em
nosso tempo são muitos. Com isso, se faz necessário além de olhar em volta e
refletir sobre o que está sendo feito, devem-se buscar o significado dos
conteúdos de ensino e das práticas que são desenvolvidas na escola pelos professores.
Sabemos que questionar os conteúdos de ensino para iluminar a compreensão da
realidade não é uma tarefa simples: exigem dos professores muita clareza e
domínio de sua área específica.
Com isso, percebe-se que os
recursos didáticos servem como mediadores entre os conteúdos e
os alunos se
tratando da sua
utilização pelos professores
em sala de
aula.
Sabemos que eles são de
fundamental importância para a educação em qualquer disciplina.
Neste sentido a filosofia é um caminho e uma possibilidade para a
construção do conhecimento e de valores. Não restam dúvidas, pois, que o ensino
de filosofia contribui bastante para uma educação transformadora. Essa
educação transformadora é que prepara o aluno para o exercício da cidadania.
Por isso temos que renovar nossa prática e nosso currículo, implantando o
ensino de filosofia desde as séries iniciais
do ensino fundamental até o ensino médio, pois a educação voltada para o pensar e com valores éticos
é uma tarefa de todos nós.
REFERENCIAS
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ensino de filosofia no ensino médio como experiência filosófica.Cad.
CEDES,Campinas,v. 24,n. 64,Dec. 2004 .
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filosofia nas escolas: um olhar
voltado às implicações singulares na constituição do pensamento. In: RIBAS,
M.A.C.(Org.). Filosofia e Ensino: a filosofia na escola. Ijuí: Ed. Unijuí,
2005.
CERLETTI, Alejandro A. Ensinar filosofia: da pergunta filosófica à
proposta metodológica. In: KOHAN, Walter O. (Org.). Filosofia: caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: Editora
DP&A, 2004.
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filosofia vai ter livros didáticos distribuídos na rede pública em 2012.
Disponível em: <<http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-04-03/banida-das-escolas-desde-ditadura
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Acesso em: 21 jul.2012.
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necessários à prática educativa. 29. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção
Leitura).
FREITAS, Olga. Equipamentos e
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LORIERI, Marcos Antonio. Filosofia: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Docência
em Formação).
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/a-funcao-dos-recursos-didaticos-na-pratica-pedagogica-uma-reflexao/83729/#ixzz3bCKgelpT
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KARLING, Argemiro Aluísio. Recursos de ensino. In: A didática necessária.São Paulo: IBRASA, 1991, p.
244-254
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Silva; MONTEIRO, Dawson de Barros. O professor de filosofia: limites e
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Accesso em08Fev.2012.
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TORRES, G; CAVALCANTE P. Mediação
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